sábado, 14 de dezembro de 2019

ah dezembro

ah dezembro,
o mês de todas as mortes e nascimentos,
em rabanadas de vento no meio da chuva sem abrigo … onde páras na infância ??

quantas crianças sem infância queria eu albergar neste mundo feito de merda …
e as decorações a iluminar a cidade tanto dinheiro em lâmpadas led e tamanha miséria e tristeza por aqui !!!

não tarda são os nossos anos, Amor !!!
quando voltaremos a celebrar no mesmo dia como dantes ??
Né, estás aí ??
eu trago os teus bombons e violetas … fala comigo, dás-me alento ??
acaricias-me o cabelo e chamas-me Bézinha … acorda, são horas ??

de quê, Mãe ?? para quê, se tudo isto é uma espiral … tal eco, que volta de rastos para nós …

escrever memórias emagrece, sabias ??

é que as memórias estão feridas e vêm inteiras em sangue !!! e magoam !!!
                                 embrulhadas com laçarotes,
                                                            lindas e … carcomidas …

vamos apanhar estrelas ?? assim, na palma da mão, e depois … 

metemos em garrafas como pirilampos para iluminar o caminho ??

este mês descambou de pés nus
                                           pela ravina abaixo
                                                                   até ao fundo ...

é a memória que descarrilou na infância ...
                                                             e voou 

                                                                   em convulsões !!!

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